Segunda-feira, 16 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de junho de 2025
Alemanha, França e Reino Unido estão prontos para manter conversas imediatas com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã. A medida viria em um esforço dos principais líderes europeus para acalmar a situação no Oriente Médio.
Em visita a região, o ministro de relações exteriores da Alemanha, Johann Wadephul afirmou no sábado (14) que tentava contribuir para uma redução da tensão no conflito entre Israel e o Irã, observando que Teerã anteriormente não aproveitou a oportunidade de negociações construtivas.
“Espero que isso ainda seja possível”, disse Wadephul à emissora pública alemã ARD. “A Alemanha, juntamente com a França e a Grã-Bretanha, estão prontas. Estamos oferecendo ao Irã negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que (a oferta) seja aceita”, acrescentou.
“Este também é um pré-requisito fundamental para alcançar a pacificação deste conflito: que o Irã não represente nenhum perigo para a região, para o Estado de Israel ou para a Europa.”
Wadephul disse ainda que o conflito só terminará quando houver influência sobre o Irã e Israel de todos os lados. “Há uma expectativa compartilhada de que, na próxima semana, ambos os lados façam uma tentativa séria para interromper a espiral de violência”, disse ele.
Quando perguntado se acreditava que o governo iraniano poderia cair, Wadephul disse que sua suposição era que não era intenção de Israel derrubar o governo em Teerã.
Nesse domingo (15), o chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou que o Irã não pode mais desenvolver armas nucleares e urgiu para a necessidade de criar espaço para a diplomacia. “Israel nos pediu que fornecêssemos material de extinção de incêndio, e nós o faremos”, afirmou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que conversou com o presidente iraniano por telefone e que pediu para que considerasse retornar às negociações sobre o acordo nuclear, por causa da seriedade do assunto.
Ameaça à Europa
Mais cedo, o ministro de relações exteriores da França, Jean-Noel Barrot, afirmou que o programa nuclear de Teerã é uma ameaça à segurança de Israel e da Europa. Ele ainda disse que a diplomacia é a única maneira de evitar uma escalada no conflito no Oriente Médio.
“O programa nuclear iraniano é uma ameaça existencial à segurança de Israel e, além disso, à segurança da Europa. Sempre dissemos que a melhor maneira de prevenir essa ameaça, de contê-la, continua sendo a diplomacia”, disse Barrot à rádio RTL.
Ainda nesse domingo, a ministra de finanças britânica, Rachel Reeves, indicou que o Reino Unido poderia potencialmente apoiar Israel em seu conflito com o Irã, mas a decisão de enviar jatos militares adicionais ao Oriente Médio foi tomada principalmente para proteger bases e pessoal britânicos.
Em declarações à Sky News, Reeves pediu uma redução da tensão no conflito e disse que a decisão de enviar jatos adicionais para a região foi uma “medida de precaução”.
Questionado se a Grã-Bretanha ajudaria Israel se solicitado, Reeves disse: “No passado, apoiamos Israel quando havia mísseis chegando. Estamos enviando recursos para nos proteger e também, potencialmente, apoiar nossos aliados”.
Putin e Trump
No sábado (14), o presidente norte-americano, Donald Trump, conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre os bombardeios, em uma ligação telefônica que durou 50 minutos.
O líder russo disse que conversou com os líderes iranianos e reiterou a proposta de procurar soluções mutuamente aceitáveis para a questão nuclear iraniana. Putin condenou a ação militar israelense e levantou a preocupação do espalhamento do conflito pelo Oriente Médio.
Donald Trump chamou a situação de alarmante e mencionou que os ataques israelenses foram certeiros.
Os dois concordaram que a guerra precisa acabar, e não descartaram a possibilidade de retornarem às conversas sobre um acordo nuclear.
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