Domingo, 05 de Maio de 2024

Home Você viu? Modelo Luiza Brunet ajuda mulheres que foram vítimas de violência a reconquistarem os seus direitos

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Nas duas faces de Luiza Brunet, a bela e a fera. Diretamente da Europa — onde viajou nos últimos 15 dias por Alemanha, França e Inglaterra, realizando um ciclo de palestras sobre enfrentamento à violência doméstica e direitos da mulher —, o ícone de moda e beleza relembrou seus tempos de modelo, ao posar para um ensaio exclusivo para a Canal Extra nas ruas de Paris. Mais ativista do que nunca, a também empresária falou à revista sobre assuntos femininos e feministas, fechando outubro com chave de ouro.

Acompanhe os principais pontos da entrevista da modelo, empresária e ativista.

1. No Outubro Rosa, alerta-se muito sobre o câncer de mama. Mas o mês também é dedicado à prevenção de problemas no colo do útero. Você passou por esse susto, em dezembro de 2014, certo? Exatamente. Precisei fazer uma histerectomia total (remoção de útero, trompas e ovários), por conta de um tumor. O médico decidiu retirar todo o meu aparelho reprodutor para não evoluir para um problema mais sério. A gente não pode se apegar. Conheço mulheres que postergam a histerectomia total porque acham que isso vai deixá-las menos femininas, sem libido, com a parte sexual comprometida. E não é verdade.

2. O que acendeu o seu alerta? Teve sinais de que algo não ia bem com a saúde? Lembro que eu viajei para uma praia, num fim de semana, e comecei a ter uma febre violenta, um desconforto enorme. Procurei ajuda médica e soube desse tumor no útero, que cresceu muito rápido, chegou a 10cm x 10cm em três meses. Era grande, mas benigno. Não precisei passar por químio nem radioterapia. Sempre fiz meus exames de rotina. As mulheres precisam ter essa consciência de que a prevenção é importantíssima. Eu costumava ter nódulos no útero e nos seios, precisava passar por punções. Mas este tumor, especialmente, me preocupou porque evoluiu muito rápido.

3. Hoje você é uma voz superativa pelos direitos da mulher. Sempre se considerou feminista? Sempre. Por exemplo: meu primeiro casamento aconteceu quando eu tinha 16 anos, e ele (o engenheiro Gumercindo Brunet), 28. Durante o nosso curso de noivos, o padre disse que a mulher tinha que ser submissa ao homem, ficar à disposição dele. E eu decidi que não ia mais me casar na igreja. Não sou mulher de obedecer a esse tipo de regra. Eu era uma menina do subúrbio, com pouco estudo, mas já sabia o que queria. Sempre fui independente, sempre trabalhei, sempre fui provedora, sempre busquei os direitos que eu entendia serem meus.

4. A sua porção ativista veio à tona após a violência sofrida em 2016? (Luiza denunciou por agressão física o ex, o empresário Lírio Parisotto, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha) Sim, foi quando eu decidi dedicar 100% do meu tempo a essas causas. Minha denúncia teve uma repercussão muito grande, minha voz foi amplificada, desmitificando que mulheres bem-sucedidas ou independentes financeiramente não são agredidas. Todas nós, em algum momento da vida, somos acometidas por algum tipo de violência, seja patrimonial, sexual, verbal, física, psicológica… Eu já era embaixadora do Instituto Avon e conhecia a história de mulheres que sofriam relacionamentos abusivos. Fui corajosa ao denunciar meu agressor. Hoje, sou uma ativista importante. Tenho falado para mulheres no Brasil e no mundo inteiro. Eu as escuto e apoio. Uso minhas redes sociais para fortalecê-las, para colocá-las em contato com promotores de Justiça, advogados, médicos, cirurgiões plásticos… Dou o suporte de que elas necessitam da maneira que posso.

5. Nessas palestras pelo mundo, que histórias chamam mais sua atenção? Conheço situações constrangedoras de mulheres imigrantes que vivem em cárcere privado fora do Brasil, de quem os maridos tiram o passaporte e os filhos. Há muitas situações de violência física, feminicídios. Elas são feridas por armas, facas, canivetes. O meu entendimento é que a violência doméstica é a violação mais democrática do mundo. Não escolhe cor, raça, religião, status, idade… A Rússia é o país que mais fere mulheres no planeta; o Brasil é o quinto. Eu fico imaginando os outros!

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