Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home Saúde Mutações, gravidade, transmissibilidade e rapidez: o que a ciência já sabe sobre a ômicron?

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A Humanidade vive a maior explosão de um vírus já registrada. Pandemia dentro da pandemia, a ômicron varre o planeta, com sinais de que se espalha mais depressa do que o sarampo, o mais contagioso vírus conhecido. Ela também propaga dúvidas. Entre as poucas certezas está o fato de que é quase sempre branda em pessoas totalmente vacinadas.

Por escapar parcialmente dos anticorpos, a nova variante do coronavírus pode causar reinfecção em vacinados, mas eles raramente adoecem com gravidade. Isso, em geral, ocorre em pessoas com comorbidades,

A ômicron tem apenas dois meses, e não é possível projetar seu impacto com precisão, mas dados preliminares de África do Sul, Reino Unido e Dinamarca indicam que ela é mais branda. E ela pode sobrecarregar o sistema de saúde devido à avalanche de casos leves.

A nova variante do Sars-CoV-2 assombra pela eficiência em se espalhar. Ela não apenas parece, ela está em toda parte. O virologista Fernando Spilki afirma que tudo indica que ela já é dominante no País.

A ômicron, ao que tudo indica, é menos letal que a delta. Mas adoece tanta gente que causa a sobrecarga dos sistemas de saúde.

A seguir, os principais pontos sobre o que já a ciência sabe sobre a nova variante:

Mutações

A ômicron é recordista e tem 50 mutações, 32 delas na proteína S, alvo do sistema imunológico e, por isso, da maioria das vacinas. Ela escapa parcialmente do ataque de anticorpos, mas não ao ponto de fazer as vacinas perderem totalmente a efetividade.

A terceira dose, de reforço, restabelece a eficácia das vacinas a patamares superiores a 80%. Um estudo liderado por Corine Geurtsvan Kessel, da Universidade Erasmus, na Holanda, mostrou que as vacinas continuam a evitar a doença grave.

Vacinação

Ao vacinar toda a população, é possível bloquear a maioria dos casos que poderiam se agravar, explica o virologista Amílcar Tanuri. Se menos gente estivesse vacinada, a ômicron encontraria ainda mais suscetíveis — como idosos e pessoas com comorbidades.

Gravidade

Os dados são preliminares porque a ômicron emergiu há cerca de dois meses. Mas um relatório do governo britânico de dezembro mostrou que pessoas infectadas pela variante correm risco 50% menor de precisar de atendimento de emergência ou hospitalização em comparação com a delta.

Na Inglaterra, o primeiro mês da cepa teve um terço das internações da delta. A ômicron parece mais branda por dois motivos. O primeiro é que as pessoas estão mais protegidas de quadros graves, devido, principalmente, à vacinação.

O outro fator tem a ver com a própria ômicron. Estudos sugerem que ela não se multiplica com a facilidade das variantes anteriores do coronavírus nas células do pulmão. Ela prolifera nas vias aéreas superiores.

Isso seria devido a uma proteína chamada TMPRSS2, uma das portas de entrada do coronavírus nas células, abundante na superfície das células pulmonares e na qual a nova cepa tem dificuldade para se ligar. A diferença é de vida e morte porque os pulmões, ao serem atacados, deflagram um processo inflamatório que se espalha por todo o corpo.

Transmissão

Uma combinação de motivos pode explicar a transmissibilidade avassaladora da cepa. Primeiro, ela gera maior carga viral nas células das vias aéreas superiores justamente porque se multiplica mais ali. Por causar infecção mais leve ou assintomática, mas ainda assim com alta carga viral em pouco tempo, circula com facilidade, apontou um estudo liderado pelo Ravindra Gupta, da Universidade de Cambridge.

Contágio

A ômicron tem se mostrado capaz de se espalhar mais depressa que o sarampo, até agora considerado o mais contagioso dos vírus. Mantido o ritmo observado desde novembro, ela se torna o vírus mais transmissível já registrado. Isso não tem a ver apenas com o R0, ou número básico de transmissão do vírus, que estima quantas pessoas um infectado pode contagiar. O R0 da ômicron foi estimado entre 6 e 10.

A título de comparação, o da variante original do coronavírus, a de Wuhan, era 2,5 e o da Delta, abaixo de 7. Já o do sarampo oscila entre 12 e 18. Assim, em média, uma pessoa com sarampo passaria a doença para outras 15. E uma com ômicron para outras seis, no mínimo.

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