Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de outubro de 2023
O presidente da Telefônica Brasil (dona da Vivo), Christian Gebara, afirmou que as operadoras locais estão avaliando se vale a pena manter ou suspender a política de oferta gratuita de aplicativos para celular em seus planos de internet móvel (caso de WhatsApp, Spotify, X, entre outros).
Essa estratégia comercial, denominada de zero rating, avançou ao longo dos últimos anos, como uma isca para atrair clientes entusiastas de redes sociais, vídeo e música. A iniciativa, porém, se transformou em um problema para as empresas de telefonia.
O acesso irrestrito ao WhatsApp se tornou um diferencial importante nas vendas de planos no Brasil, onde 62% das pessoas acessam a internet exclusivamente por meio de dispositivos móveis.
Trocar mensagens pelo WhatsApp é a principal atividade realizada pelos brasileiros em seus celulares, de acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).
A quantidade de dados que essas ferramentas movimentam deu um salto com a popularização do 4G e tem aumentado ainda mais com o 5G. Por sua vez, as operadoras buscam maximizar o faturamento para fazer frente aos investimentos na capacidade das redes e na atualização das tecnologias.
“Estamos, sim, avaliando, qual o impacto. Existe uma preocupação do setor se essa gratuidade está sendo benéfica para o próprio consumidor. No fim, não se está conseguindo dar a resposta de cobertura que se quer dar”, disse Gebara, durante entrevista coletiva para a imprensa.
O presidente da Telefônica afirmou que o tráfego de dados está crescendo em um ritmo de 20% a 30% na média global. A maior parte desse fluxo vem de seis a sete empresas de tecnologia. O objetivo das teles é que essas big techs paguem pelo uso das redes.
“As empresas de telecom, mundialmente, não conseguem suportar esse crescimento acelerado com investimentos que deem retorno para os nossos acionistas”, disse Gebara, que também preside a associação de teles do País (Telebrasil).
Outro ponto, informou Gebara, é que o Brasil precisa de um investimento grande para levar as redes até regiões que ainda não são atendidas, o que demandaria ainda mais do caixa das teles.
“A conta precisa ser paga por mais pessoas para que a gente consiga trazer acréscimos de investimentos para fazer a digitalização de que o Brasil precisa”, argumentou.
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