Domingo, 15 de Setembro de 2024

Home em foco Presidente argentino convida o papa Francisco para ir à Argentina após chamá-lo de “representante do maligno”

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O presidente argentino, Javier Milei, convidou o papa Francisco para visitar a Argentina, deixando para trás os insultos proferidos anos atrás quando, antes de ser candidato presidencial, qualificou o pontífice de “representante do maligno na Terra”.

“Você sabe bem que não precisa de convite para vir à sua querida Argentina. Correndo o risco de dizer o que não é necessário, convido-o a visitar nossa amada pátria”, lê-se na epístola presidencial enviada ao primeiro Papa argentino.

Em 2020, o então comentarista econômico televisivo havia acusado o Papa de “buscar expandir o comunismo” e o denominou como “o imbecil que está em Roma”, em declarações que ressurgiram nas redes sociais durante a campanha presidencial do ano passado.

Sacerdotes de áreas precarizadas da Argentina chegaram a celebrar uma missa comunitária, em “desagravo” a Francisco “pelas ofensas” de Milei, em um bairro pobre.

No debate presidencial de outubro, Milei assegurou que havia pedido desculpas por essas declarações e disse que, se fosse necessário, voltaria a se desculpar, embora não tenha voltado a se pronunciar publicamente a respeito.

A formalização do convite ocorre após a irmã caçula do presidente, Karina Milei, a quem ele nomeou secretária-geral da Presidência, ter um encontro com o presidente da Conferência Episcopal argentina, o arcebispo Oscar Ojea. O encontro foi um pedido dela.

Não há nenhuma confirmação do papa, tampouco uma data estimada para a visita, segundo apurou o jornal La Nacion. Mas a expectativa do governo de Milei é que a ida do pontífice pudesse ocorrer o mais rápido possível. Os mais otimistas, diz o La Nacion, calculam que a visita poderia se dar entre março e abril, talvez após a Semana Santa. Não há informação oficial.

Expectativa

A expectativa sobre uma visita do líder da Igreja Católica ao país é ampla, e já foram feitos inúmeros apelos. Em março de 2023, mês que marcou os dez anos de seu pontificado, por exemplo, o então presidente Alberto Fernández, sua vice, Cristina Kirchner, e vários políticos argentinos de peso subscreveram uma carta com mais de 300 assinaturas pedindo que Francisco considerasse fazer a viagem.

O tema é delicado por alguns motivos. Um deles reside em parte da opinião popular que critica o atual pontífice por seu papel à época da ditadura militar no país, ainda que ele já tenha negado que tivesse facilitado a entrega de pessoas perseguidas aos militares.

Mais recentemente, entra na conta também a saúde do papa, que sofre com crises de bronquite frequentes, além de fortes dores no joelho que o tem feito cancelar viagens de longas distâncias. Desde que assumiu o mandato em Roma, em 2013, Jorge Bergoglio não visitou a Argentina.

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