Sábado, 04 de Maio de 2024

Home em foco Reações comedidas sugerem que Irã e Israel querem evitar escalada

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Após quase uma semana de suspense, Israel atacou o Irã. Mas o bombardeio a uma base militar perto da cidade iraniana de Isfahan foi comedido, parecendo ter sido calculado para não escalar a tensão em um Oriente Médio que já vive com os nervos à flor da pele. Emissoras de TV e autoridades de ambos os países minimizaram a importância do ataque israelense.

O fogo cruzado entre Israel e Irã começou com o bombardeio israelense da Embaixada do Irã em Damasco, que matou 12 pessoas, no início de abril. Em resposta, Teerã lançou 300 drones e mísseis contra Israel, no dia 13.

Imediatamente, o gabinete de guerra israelense pensou em retaliar com força total, mas cedeu à pressão dos EUA e de governos europeus para que a resposta fosse comedida, para evitar o agravamento da crise.

Em Israel, membros do gabinete do premiê Binyamin Netanyahu descreveram o ataque como uma resposta limitada para evitar uma guerra. Especialistas disseram que a operação militar não causou danos significativos.

“Israel pode realizar manobras militares que não sejam barulhentas nem causem danos significativos, mas que transmitam a mensagem que Israel deseja”, afirmou Dana Weiss, analista do Canal 12 de Israel.

A TV estatal iraniana disse que as instalações militares e nucleares em Isfahan estavam seguras e transmitiu imagens da cidade calma à luz da primavera. Um locutor de notícias descreveu o ataque como “nada alarmante”.

Reação

Enquanto algumas capitais ao redor do mundo respiravam aliviadas, muitos iranianos foram às redes sociais para fazer piada do ataque israelense, descrevendo-o como uma resposta insignificante ao ataque do Irã no dia 13.

Autoridades iranianas confirmaram que um ataque atingiu uma base nas primeiras horas de ontem. Mas o general Siavash Mihandoust, oficial mais graduado de Isfahan, disse que as explosões ouvidas na cidade não foram causadas por bombas israelenses, mas sim pelo sistema de defesa iraniano que abateu “objetos voadores”.

O comando militar iraniano afirmou que nenhum avião entrou no espaço aéreo do país e as explosões na base de Isfahan foram causadas por pequenos drones lançados de dentro do Irã. Quando o dia amanheceu, as TVs estatais transmitiram imagens tranquilas, com a população perambulando normalmente pelas ruas.

Os aeroportos, brevemente fechados, voltaram a funcionar. “A maneira como o regime apresentou o ataque ao seu próprio povo e o fato de que o espaço aéreo foi reaberto indica que eles não pretendem responder”, disse Sima Shine, exchefe do Mossad, agência de inteligência de Israel.

Do lado israelense, muitos celebraram o ataque, incluindo líderes de partidos de direita. Tally Gotliv, deputado do Likud, legenda de Netanyahu, fez elogios à ação da Força Aérea. “Uma manhã em que nossa cabeça está orgulhosamente erguida. Israel é um país forte e poderoso”, disse.

A guerra direta entre Irã e Israel não interessa a nenhum dos lados, segundo analistas. O Irã atravessa uma crise econômica crônica, golpeado pelas sanções, e uma população urbana insatisfeita com as restrições impostas pelo regime.

Já Israel enfrenta guerras em duas frentes: contra o Hamas, em Gaza, e contra o Hezbollah, no Líbano – ambos apoiados pelo Irã – e uma terceira linha de combate poderia esticar demais a corda de um governo cada vez mais impopular.

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