Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de novembro de 2022
A história nos mostra que o conceito de beleza segue padrões que não duram por muitas gerações. Quilinhos a mais ou a menos, silhuetas ora curvilíneas, ora esguias, do bumbum volumoso ao busto na proporção inversa.
Nos últimos anos, o explante de silicone nos seios parece ter se tornado a bola da vez entre famosas (como Giovanna Antonelli, Carolina Dieckmann e Fiorella Mattheis), com a justificativa de evitar e interromper problemas de saúde relacionados ao material e desconstruir a imposição do que é belo às mulheres. O debate que é aquecido nas redes, no entanto, segue um viés que trata esse movimento não como redenção, mas rendição a um novo tipo estético visto como ideal que emerge em cena.
Mayra Cardozo, advogada que pesquisa sobre gênero, analisa que a moda do explante de silicone é resultado do culto à magreza extrema, biotipo ditado pelas supermodelos nos anos 1990 e 2000. “Tirar o silicone, nesse caso, faz parte de uma tendência que tem perspectiva de oprimir os corpos femininos, de objetificá-los”, observa. “É a manutenção de um ciclo que sempre submete a mulher à insatisfação sobre o seu próprio corpo. Ela, agora, tem um peito. Mas esse peito já não está mais sendo tão bem visto pela sociedade, porque o hit do momento é estar magra e, portanto, ter o colo menor.”
Símbolo de beleza da última década com seu tipo físico “corpulento”, Kim Kardashian se tornou a personificação da transição de padrões. Durante aparição no badalado programa norte-americano “The late late show com James Corden”, há dois meses, a socialite surpreendeu fãs ao surgir magérrima, esbanjando um busto bem menos volumoso.
O implante de silicone está em segundo lugar no ranking de cirurgias plásticas feitas no Brasil, só atrás da lipoaspiração. No entanto, as operações para a retirada de próteses quase dobraram entre 2015 e 2021, passando de 12.705 para 25.475 intervenções, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Saúde ainda é o principal motivo apontado pelas usuárias que optam pelo explante, levando em consideração sintomas como enxaqueca, problema de visão, dores nas mamas e no corpo.
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