Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Brasil Uso de máscaras em locais abertos divide a opinião dos brasileiros

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O uso de máscaras em locais abertos divide a população brasileira. É o que mostra um levantamento do Datafolha. A pesquisa aponta que 52% são contra a obrigatoriedade e 48% são a favor do uso. A proteção é alvo de controvérsia enquanto o número de casos de covid-19 cai no Brasil, mas há preocupação em relação à variante ômicron e com surtos de gripe registrados em alguns Estados.

Conforme o levantamento, 48% dos entrevistados defendem que o uso de máscaras deveria ser obrigatório tanto em lugares abertos como nos fechados. Para 44%, o acessório só deveria ser exigido em ambientes fechados. Outros 8% avaliam que deveria deixar de ser obrigatório em qualquer local, e 1% afirma que não sabe.

O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 16 de dezembro, com 3.666 entrevistas em 191 municípios por todo o País. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na segunda-feira (20), o aumento de casos de influenza e o avanço da nova cepa do coronavírus fez o governo de São Paulo prorrogar o uso obrigatório de máscaras no estado até 31 de janeiro de 2022.

No Rio, a norma que obrigava o uso da proteção em locais abertos foi revogada no fim de outubro. Em dezembro, a Alerj também aprovou a dispensa do uso de máscaras em academias.

Especialistas

O Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19, é transmitido principalmente pelo ar. Ou seja, a via predominante de infecção é a inalação de pequenas partículas contaminadas, emitidas quando uma pessoa infectada respira, fala, espirra ou tosse

. Em ambientes abertos e bem ventilados, essas partículas tendem a se dispersar, o que reduz consideravelmente o risco de contaminação. Já em locais fechados e mal ventilados, elas se acumulam. Daí a decisão de retirar sempre primeiro a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre.

Estudos indicam que mais de 99% das transmissões ocorrem em locais fechados e menos de 1% em áreas externas. No entanto, a decisão de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambiente aberto ainda divide especialistas. Há quem considere precoce e quem considere que já está na hora de tentar voltar a alguma normalidade.

Para o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba, agora é um bom momento para flexibilizar a obrigatoriedade do uso de máscaras nestes ambientes e analisar os efeitos dessa decisão.

“Ninguém sabe se é seguro ou não retirar a obrigatoriedade de máscaras ao ar livre. Sabemos que o vírus está circulando porque ainda tem muito caso e morte de covid-19 no Brasil, mas todos os indicadores estão baixando consistentemente. Em algum momento vamos precisar tentar voltar ao normal e agora é um bom momento para testar isso em ambientes abertos”, diz o médico.

O infectologista Alberto Chebabo, vice-diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), acredita que em locais com baixa circulação viral, baixo número de casos, internações e casos graves, como a região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, a retirada da máscara ao ar livre é uma medida segura. Mas ele ressalta que o item ainda precisa ser utilizado em locais com aglomeração, mesmo que ao ar livre.

“Em um ponto de ônibus no horário do rush ou na estação de trem, as pessoas precisam continuar usando”, orienta o médico.

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