Sexta-feira, 17 de Maio de 2024

Home Copa do Mundo 22 Veja se a chave do Brasil no mata-mata da Copa é mesmo mais fácil

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Com a definição do chaveamento das oitavas-de-final, a discussão é inevitável: qual lado da chave é o mais fraco? Trata-se de uma pergunta traiçoeira: essa Copa, mais do que nunca, parece contrariar as expectativas. O Brasil perdeu para o adversário mais “tranquilo” do grupo, Camarões; o Japão perdeu da Costa Rica e venceu Alemanha e Espanha; Portugal perdeu para a Coreia do Sul. A França chegou enfraquecida com os desfalques de Pogba, Kanté e Benzema, mas parece mais forte do que em 2018.

Em outras palavras, calcular a força ou dificuldade de cada chave são mais arte do que ciência.

Para chegar em um número, usamos o índice “Elo”, que calcula a força de todas as seleções: a cada jogo disputado, elas ganham ou perdem pontos de acordo com o adversário. Uma vitória sobre a Alemanha rende mais pontos do que um triunfo sobre o País de Gales, por exemplo. A Fifa usa uma fórmula baseada neste índice para fazer seu ranking, mas pesquisas acadêmicas têm apontado que o Elo tem maior capacidade do que a posição no ranking da Fifa para prever vencedores e é atualizado a cada partida. Os números já levam em conta, portanto, o desempenho de todas as seleções na primeira fase da Copa.

De um lado, na chave do Brasil, a soma desses índices foi de 15.351. Do outro lado, a força somada é de 15.361. Ou seja, uma diferença irrisória de 10 pontos: na prática, após idas e vindas, as chaves se equilibraram no geral.

Essa conta pode, entretanto, chamar a atenção do “teste do olho” de quem está assistindo aos jogos da Copa. Algumas variáveis contribuem para a força do lado do Brasil na chave, incluindo a própria presença da seleção nele. Mas o fato é que, considerado o ranking Elo, do lado do Brasil estão as três seleções com o melhor desempenho recente: Brasil, na liderança, seguida de Argentina e Holanda.

A Holanda não perde nenhuma partida desde que Louis van Gaal chegou ao comando da seleção, em junho de 2021. Mas o desempenho do país na Copa talvez inspire menos medo em adversários do que um possível confronto contra França ou até mesmo Inglaterra, Espanha e Portugal, as outras seleções mais fortes do outro lado da chave. A própria Argentina, que alcançou mais de 30 partidas de invencibilidade antes da Copa, não teve um caminho tranquilo em um grupo com Arábia Saudita, Polônia e México.

Mas tirando a camisa amarelinha de lado, tente ver sob um outro prisma: que seleção europeia gostaria de estar na posição da Holanda, em uma chave com Argentina e Brasil?

O torcedor sabe, mais do que ninguém, que em uma Copa do Mundo o que faz a diferença é a equipe ganhar força durante o torneio. Em 2018, por exemplo, a Croácia chegou até a final surpreendendo todos favoritos no caminho.

Ou seja, ao mesmo tempo em que o Brasil teve o caminho facilitado com a saída da Espanha desse lado da chave, provavelmente terá que passar pelos adversário mais forte possível na semifinal: Argentina ou Holanda.

Segundo os dados, o grande impacto na possível trajetória do Brasil aconteceu nos jogos desta quinta-feira: a surpreendente derrota da Espanha para o Japão tirou o país do caminho da seleção em uma eventual quartas-de-final. Obviamente, isso foi bom para o Brasil: atualmente, a Espanha tem um índice de 2048 pontos, contra 1787 do Japão.

A sorte do Brasil está no possível caminho até uma semifinal. Segundo a análise, o Brasil terá o segundo confronto mais desequilibrado das oitavas-de-final: a diferença no índice da seleção para a dos sul-coreanos é de 336 pontos, quase idêntico ao desequilíbrio entre Argentina e Austrália: 339 pontos.

Como padrão de comparação, essa seria a maior diferença em uma partida de oitavas-de-final desde 2006, quando o mesmo Brasil enfrentou a seleção de Gana e venceu por 3 a 0. Em todas as Copas que disputou, o Brasil só disputou duas oitavas com mais favoritismo teórico: em 1994, contra os Estados Unidos, donos da casa, e em 2006, contra Gana. Venceu as duas partidas.

Caso o favoritismo em todos os confrontos prevaleça, o Brasil novamente poderá ter o confronto mais tranquilo (na teoria, é claro) se pegar a Croácia. Segundo o ranking, a força da seleção croata é semelhante à da Inglaterra. E a Croácia, apesar de não ser a Espanha, é a atual vice-campeã mundial. E, se chegar na semifinal contra Argentina ou Holanda, o Brasil invariavelmente fará o confronto mais forte de toda a Copa. O Brasil pode ter dado “sorte” ao fugir da Espanha e os confrontos podem parecer mais fáceis do que há duas semanas, no início da Copa. Mas, entre todas as seleções, talvez a mais difícil que o Brasil poderia enfrentar nas semis, a Argentina, é aquela que poderá cruzar seu caminho.

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