Terça-feira, 23 de Abril de 2024

Home em foco Associação de laboratórios sugere suspender testagem de casos leves de covid em razão do estoque baixo. Governo diz que compra cabe a Estados e municípios

Compartilhe esta notícia:

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alerta para a possibilidade de falta de testes de antígeno e PCR (o molecular, tipo mais preciso), se estoques de insumos necessários para a realização de exames laboratoriais para o diagnóstico da covid não forem repostos “rapidamente”.

A Abramed diz não saber até quando os laboratórios conseguirão atender a demanda por exames, que cresceu principalmente por causa da alta transmissibilidade da variante ômicron, e recomenda parar de testar casos leves da doença.

A Rede D’Or, de hospitais privados, disse que já tem priorizado pacientes com indicação clínica, internados e profissionais de saúde, diante da alta demanda de exames. A testagem dos casos não graves será retomada “tão logo haja um reequilíbrio entre a demanda e os insumos disponíveis”.

A Dasa, grupo brasileiro dono de dezenas de redes de laboratórios de medicina diagnóstica, afirmou priorizar casos graves e profissionais de saúde. Já a Rede de farmácias RaiaDrogasil suspendeu o agendamento online para testes de covid.

“Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil”, informou o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, em nota.

“Não é possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento”, alerta.

Segundo a Abramed, seus associados respondem por mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no País. Para eles, a associação emitiu nota técnica pedindo pela priorização de pacientes a serem testados.

A escala de gravidade se dá na seguinte ordem: pacientes que tenham maior gravidade de sintomas; doentes hospitalizados e cirúrgicos; pessoas no grupo de risco; gestantes; trabalhadores assistenciais da área da saúde; e colaboradores de serviços essenciais.

Nesse sentido, a Abramed pede que testes não sejam aplicados em “assintomáticos e pessoas com sintomas leves”. Aqueles com quadro leve devem permanecer em isolamento.

A entidade disse que informou que entrará em contato com outras entidades do setor de saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Ministério da Saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e a Associação Médica Brasileira (AMB) para falar sobre a necessidade de otimizar o uso dos testes.

A associação disse que entre 3 e 8 de janeiro foram mais de 240 mil exames para detecção de infecção pelo coronavírus feitos. A alta é de 98% no número de testes realizados em comparação a semana do Natal, entre 20 a 26. O volume de exames com resultados positivos para covid passou de uma média de 7,6% para mais de 40%.

Governo

Depois de a Abramed ter emitido nota técnica com recomendações aos laboratórios privados para que testem somente pacientes em estado grave, diante da possibilidade de desabastecimento dos estoques, o Ministério da Saúde se desvinculou do eventual cenário de escassez na rede pública e atribuiu a responsabilidade pela testagem no País aos Estados e municípios.

Em nota, a pasta chefiada por Marcelo Queiroga informou estar atenta à situação de testes para covid-19 e disse realizar “rotineiramente” o monitoramento da disponibilidade de insumos necessários para a realização dos exames no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério, porém, destacou que cabe aos Estados e municípios adquirir os recursos para os diagnósticos.

“No entanto, por conta da pandemia da covid-19, a pasta tem apoiado os estados com a disponibilização dos testes. Desde o início da pandemia foram entregues mais de 27,4 milhões de testes do tipo RT-PCR e 38,8 milhões de testes rápidos de antígeno para todo o País”, diz a nota do Ministério.

Minutos antes da divulgação da nota, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apresentou ofício ao ministro Queiroga com demandas que envolviam, dentre outras medidas, “o aporte de recursos financeiros para abertura, no menor tempo possível, de pontos de testagem em massa para acesso de primeiro contato de toda a população”. No mesmo documento, é solicitado o reconhecimento da existência de uma nova onda de covid-19 no País provocada pela disseminação da variante ômicron.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Dose de reforço contra a covid evita infecções graves e sobrecarga nos hospitais
Pacientes com a variante ômicron se internam com menos frequência e por um período menor de tempo
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Tarde