Terça-feira, 16 de Abril de 2024

Home Saúde Febre no uso para emagrecer, a semaglutida, injeção para diabetes, chega em versão oral ao Brasil

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Em consultórios de dezenas de endocrinologistas da cidade, as agendas estão lotadas – marcação possível para cerca de dois meses para frente. Na fila do caixa de farmácias, não é difícil esbarrar com alguém levando canetas com injeções subcutâneas autoaplicáveis. E a conversa da mesa ao lado no restaurante? O assunto surge com frequência. Fato que, nos últimos anos, uma família de medicamentos injetáveis para tratar diabetes ganhou atenção por virar uma arma também para a perda de peso. A novidade é que um deles, a semaglutida, chegou ao Brasil em formato de comprimido. Mas há muito o que se entender sobre o tema antes de engolir essa.

O novo remédio oral, chamado Rybelsus, foi liberado pela Anvisa apenas contra diabetes tipo 2 — assim como quase todas essas injeções, presentes no mercado brasileiro desde 2008. A única com aprovação da Anvisa para tratar excesso de peso é a Saxenda. No entanto, no dia a dia dos consultórios, alguns médicos têm receitado a semaglutida, em uma prática conhecida como off-label, ou fora do rótulo, em tradução literal.

Especialistas da área acreditam ser apenas uma questão de tempo para a liberação com a finalidade de emagrecimento, assim como aconteceu com o FDA (agência regulatória norte-americana) nos Estados Unidos.

A explicação é que laboratórios conseguiram produzir uma imitação do GLP-1, hormônio responsável por “avisar” ao cérebro que estamos satisfeitos, quando nos alimentamos. E isso em versões mais duradouras, prolongando, portanto, a sensação de saciedade. Essa imitação age no pâncreas, sendo capaz de controlar o açúcar no sangue, e ainda, de acordo com pesquisas, minimiza o risco de problemas cardiovasculares, comum em pessoas com diabetes.

De acordo com o endocrinologista Fabiano Serfaty não há problema em usar continuamente a semaglutida, desde que tenha supervisão adequada. “Foi feita para tratar uma doença crônica. Se parar de tomar, pode voltar. O apetite também vai voltar. Para parar ou começar, subindo a dose bem aos poucos, siga seu médico”, alerta. Para ele, é importante não encarar o remédio como protagonista no combate ao excesso de peso. “O tratamento precisa ser multidisciplinar, envolvendo nutricionista, professor de educação física e até profissionais da saúde mental.”

“Não tomaria de novo e não recomendo” foi a primeira resposta da empresária Juliana Saboya sobre a experiência com essa classe de drogas. Juliana começou com a intenção de usar por três ou quatro meses, mas acabou aderindo às canetinhas injetáveis por quase um ano. Primeiro, Saxenda (sem efeito colateral); depois, Ozempic – a semaglutida– (dor de cabeça). Perdeu 8 quilos, mas recuperou tudo ainda durante o uso.

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