Sexta-feira, 17 de Maio de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 19 de dezembro de 2021
A França anunciou que as viagens não essenciais entre o país e o Reino Unido estão proibidas a partir deste fim de semana devido à rápida propagação da variante ômicron da Covid-19 entre os países britânicos.
A partir de meia-noite de sábado (17) e por tempo indeterminado, os viajantes, vacinados ou não, deverão ter uma razão importante para ir ou voltar do Reino Unido, apresentar um teste negativo e comunicar um endereço na França, informou o governo em um comunicado.
Além disso, o isolamento será indispensável na chegada, em um local escolhido pelos viajantes e durante sete dias. A medida poderá ser retirada após 48 horas se o teste feito no desembarque apresentar resultado negativo, afirmou o porta-voz do governo, Gabriel Attal.
Os cidadãos franceses e suas famílias não precisarão de uma razão importante para retornar do Reino Unido, mas devem cumprir os outros requisitos. Dessa forma, a França limita as viagens de turismo e profissionais para os não residentes.
A França detectou 240 casos de ômicron, mas o número provavelmente é maior, afirmou Attal, que justificou a medida como uma maneira de frear a propagação enquanto o país acelera a vacinação com as doses de reforço.
Recorde
O Reino Unido registrou, na sexta-feira (17), pelo terceiro dia consecutivo, um recorde de infecções de Covid-19, com mais de 93 mil novos casos e 111 óbitos registrados em 24 horas, conforme números das autoridades sanitárias.
O país é um dos mais afetados no mundo pela pandemia, com mais de 147 mil mortos.
O pico em casos está colocando pressão no sistema de saúde que sofre com funcionários doentes, disse o chefe de autoridade médica da Inglaterra, Chris Whitty.
A Ômicron é tão transmissível que, mesmo se ela se provar mais leve que outras variantes, ainda pode causar um crescimento em internações hospitalares, disse Whitty a parlamentares.
O recorde para internações hospitalares com Covid-19 foi 4.583 em janeiro.
Embora novos casos estejam batendo recordes segundo dados oficiais, o Reino Unido não tinha capacidade de testes em massa em março de 2020, quando a pandemia atingiu o país pela primeira vez, então a escala de infecções naquele momento é desconhecida.
Sem agulha
O país britânico começou um ensaio clínico de uma vacina (DIOS-CoVax) sem agulhas e que poderá proteger contra novas variantes da Covid-19. A vacina será dada através de um jato de ar que injeta o imunizante na pele.
O imunizante foi desenvolvido pelo professor Jonathan Heeney, da Universidade de Cambridge, e pela empresa DIOSynVax. Segundo os desenvolvedores, se o ensaio for bem-sucedido, pode ser ampliado e fabricado como pó para impulsionar os esforços globais de vacinação, especialmente em países de baixa e média renda.
“É o primeiro passo em direção a uma vacina universal de coronavírus que estamos desenvolvendo, protegendo-nos não apenas de variantes da Covid-19, mas de futuros coronavírus”, disse Heeney.
A vacina usa como alvo várias estruturas comuns de coronavírus-beta, e não a proteína Spike (que vem sofrendo mutações).
“A DIOS-CoVax tem como alvo elementos da estrutura do vírus que são comuns a todos os ‘beta-coronavírus’ conhecidos — aqueles coronavírus que são as maiores ameaças de doenças aos humanos. Essas são estruturas de vital importância para o ciclo de vida do vírus, o que significa que podemos ter certeza de que é improvável que mudem no futuro”, completou o professor de Cambridge.
O ensaio de fase 1 da vacina está sendo realizado pelo NIHR Southampton Clinical Research Facility. Participarão do estudo voluntários saudáveis com idades entre 18 e 50 anos. Os participantes devem ter recebido as duas doses da vacina contra Covid-19, mas não a dose de reforço. Os pesquisadores acompanharão os voluntários por 12 meses para garantir a segurança.
No Ar: Pampa Na Madrugada