Terça-feira, 08 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de junho de 2022
Ter um familiar ou um amigo que de repente sofre um mal súbito é uma cena que infelizmente todos podemos vivenciar. Todos os dias, pelo menos mil brasileiros morrem devido a doenças cardiovasculares, sendo as mais frequentes o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio. A morte e as sequelas ocorrem porque repentinamente o sangue e o oxigênio deixam de irrigar o cérebro no caso do AVC ou derrame e o coração no caso do infarto, e quanto antes o fluxo for restabelecido, maior é a chance de sobrevida e de recuperação do paciente. A medicina hoje reconhece esses problemas como doenças tempo-sensíveis ou tempo-dependentes, pois quanto antes houver o socorro e o atendimento adequado, melhores serão os resultados para a retomada da vida com qualidade.
As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial e após a pandemia pela Covid-19, esses números têm crescido. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% dessas doenças no país. Hoje, a cada minuto uma pessoa sofre um AVC ou um infarto agudo do miocárdio. É válido chamar a atenção que metade desses problemas pode ser evitado com medidas simples de prevenção e mudanças dos hábitos de vida.
Sinais de alerta podem auxiliar na busca rápida e eficiente por assistência médica diante de um quadro de doença aguda cardiovascular. Devemos estar atentos aos sinais e sintomas que podem sugerir o início de um infarto: dor no peito especialmente do lado esquerdo do tórax, mal-estar com sudorese excessiva, palpitações, náuseas e fadiga após exercício físico, falta de ar, dor abdominal, sensação de tontura ou desmaio.
Os sinais e sintomas que podem sugerir o AVC ou derrame cerebral são: dificuldade para falar e entender o que outros estão falando; paralisia ou dormência no rosto, braço ou perna, em apenas um lado do corpo; dor de cabeça súbita e intensa; tontura que pode ser acompanhada por vômitos; dificuldade para engolir e perda da coordenação motora. Nos casos mais graves, pode haver perda súbita da consciência e o paciente rapidamente apresenta um desmaio seguido de parada cardiorrespiratória.
Devemos agir com calma, porém com eficiência e rapidez, desde a detecção do problema até a instituição de medidas intra-hospitalares. Ao nos depararmos com esse quadro clínico, devemos chamar uma ambulância, ligando para o número 192 (SAMU) ou para uma ambulância particular, informando os sintomas da pessoa, o local do ocorrido e o telefone de contato. Ao mesmo tempo, deve-se deitar a pessoa de lado, com a cabeça ligeiramente elevada e apoiada, para evitar que a língua obstrua a garganta ou que a pessoa se engasgue caso desmaie e vomite. Se possível, recomenda-se desapertar as roupas, cobrir a pessoa com um cobertor, não oferecer comida ou bebida para evitar engasgos e deve-se tentar identificar as queixas da pessoa tentando saber se tem alguma doença ou se faz uso de medicamento e ao mesmo tempo aguardar pelo socorro, observando se a pessoa está consciente.
Se a pessoa ficar inconsciente e parar de respirar, é importante iniciar a massagem cardíaca, apoiando uma mão sobre a outra, mantendo os braços esticados e utilizando o peso do próprio corpo. O ideal é fazer 100 a 120 compressões por minuto e fazer duas respirações boca-a-boca, a cada 30 massagens cardíacas. É preciso manter as manobras de reanimação, até que chegue a ambulância. Na suspeita forte de infarto, pode-se já oferecer 200 mg de aspirina macerada em água se a pessoa estiver consciente. Em locais nos quais há desfibrilador externo e pessoas habilitadas, recomenda-se a monitorização, a detecção do ritmo e o uso do mesmo para a realização do choque nos casos de arritmias malignas.
Ao chegar no hospital, o atendimento pela equipe multiprofissional deve ser eficaz e rápido, com o cumprimento de protocolos já bem estabelecidos.
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