Sábado, 18 de Maio de 2024

Home em foco Perspectivas 2024/Rússia: Putin para sempre? Há 24 anos no poder, líder russo ainda influencia rumos do planeta

Compartilhe esta notícia:

Amanhã, o mais longevo líder russo desde Josef Stalin chegará à marca de 24 anos no poder. Vladimir Vladimirovich Putin, o ex-agente da KGB que despontou de forma meteórica no Kremlin, assumiu a Presidência interinamente no dia 31 de dezembro de 1999, e não deixou o poder.

Pelas regras, o mandato conquistado em 2018 deveria ser o último, mas uma mudança constitucional, aprovada em 2020, abriu caminho para mais 12 anos no cargo.

Após um breve suspense, Putin confirmou neste mês que será candidato em 2024 e, de cara, as autoridades eleitorais eliminaram Yekaterina Duntsova, uma de suas adversárias, alinhada a setores liberais, alegando “inconsistências em documentos” de campanha. Ela tenta reverter o veto, mas é quase certo que não estará nas cédulas em março. A maior questão não é se Putin vencerá, mas sim por quanto.

Com a possibilidade de pelo menos mais dois mandatos, Putin tem diante de si um mundo bem diferente daquele que encontrou em 1999. A Rússia está em uma guerra sem perspectivas de fim, que ceifou as vidas de dezenas de milhares de russos e ucranianos. Novas crises, como no Oriente Médio, põem em xeque um sistema internacional questionado por ele. Ao mesmo tempo, o presidente reforça laços com velhos amigos, como a China e a Coreia do Norte, traça novas pontes, como com a Arábia Saudita e o Irã, e torce para o retorno de aliados como Donald Trump.

Para entender o que esperar de Putin, nada melhor do que olhar para o Putin dos últimos 24 anos, um período que mudou não apenas a Rússia e as vidas dos russos, mas também o resto do planeta.

Troca de poder?

A Constituição da Federação Russa era bem clara: um presidente só poderia se candidatar uma vez à reeleição. A solução de Putin foi “caseira”, com a indicação de seu primeiro-ministro, o leal Dmitry Medvedev, para ser o candidato do governo. Como esperado, Dima venceu com facilidade, e Putin foi prontamente indicado para ser primeiro-ministro, um cargo que lhe permitiu seguir no comando do Kremlin nos bastidores até a eleição de 2012, quando voltou à Presidência.

Crimeia anexada

O caos em Kiev em 2014 pareceu perfeito para Putin. Em fevereiro, incitados por Moscou, russos étnicos na Crimeia lançaram protestos defendendo a aproximação com a Rússia. O vácuo de poder permitiu a organização de grupos, com o apoio do Kremlin, que derrubaram a administração regional e abriram caminho para um referendo de unificação. Em março de 2014, a Crimeia passou a integrar a Federação Russa, algo não reconhecido internacionalmente. No Leste ucraniano, a Rússia atuou para que milícias iniciassem uma guerra, que serviu de base para o conflito de 2022.

A “amizade” com Trump

Durante a campanha presidencial nos EUA de 2016, anúncios em redes sociais, aparentemente legítimos, jogavam dúvidas sobre candidatos democratas e sugeriam que o melhor caminho naquele ano era Donald Trump, que venceu. O real impacto dos anúncios não é mensurável até hoje, mas investigações mostraram que se tratou de uma tentativa russa de interferir no processo eleitoral americano. Depois de eleito, Trump não escondeu a admiração por Putin, e agora o russo tem sinalizado sua preferência pelo retorno do republicano à Casa Branca.

Um amor para Putin

A vida privada de Vladimir Putin é um mistério digno de seus tempos de KGB. Entre 1983 e 2013 (no papel), foi casado com Lyudmila Putina, mãe de dois de seus (conhecidos) filhos. Nos bastidores, desde 2008 se especulava sobre um caso envolvendo o presidente e a ginasta Alina Kabaeva, campeã olímpica em Atenas, em 2004. Segundo rumores, ela teria ao menos dois filhos de Putin, mas, por não poder aparecer ao lado dele em público, ganhou a alcunha de “rainha sem coroa”.

Ucrânia invadida

A decisão de invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022, depois de meses de especulações, tornou-se um marco da História do século XXI. A escala da destruição remeteu aos horrores da Segunda Guerra Mundial, com milhões de refugiados e milhares de mortos. Hoje, os avanços são cada vez menores, a um custo cada vez mais elevado, e sem possibilidades visíveis de uma saída diplomática.

China e Rússia

As punições do Ocidente não serviram para mudar o curso da guerra. Em vez disso, intensificaram a retórica de Putin, que viu na China uma oportunidade. A “amizade sem limites”, como declarou ao lado de Xi Jinping, teve limitações quando o assunto era a invasão. Além de Pequim, o Kremlin buscou outras nações que, como a Rússia, enfrentam sanções: o Irã e a Coreia do Norte, agora fornecedoras de insumos para o conflito.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

“Fim da covid como emergência global”: frases que marcaram 2023
Mais de 1 bilhão de pessoas vão às urnas em todo o Sul da Ásia em 2024
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada