Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Saúde Molécula recém-descoberta combate mais de 300 tipos de bactérias resistentes

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A resistência antimicrobiana é assunto sério, e já está entre as principais causas de morte no mundo. No entanto, a comunidade científica descobriu uma aliada em potencial nessa batalha: uma molécula eficaz no combate a 300 tipos de bactérias resistentes. As informações foram publicadas em um artigo na ACS Central Science.

A molécula recém-descoberta se chama fabimicina, e o novo tratamento potencial tem como alvo bactérias gram-negativas, um grupo de patógenos difíceis de matar que comumente estão por trás de infecções do trato urinário, pulmões e até mesmo da corrente sanguínea.

Sua resiliência se deve a uma membrana externa protetora que ajuda a proteger a parede de substâncias prejudiciais, como antibióticos. Para se ter uma noção, o estudo descobriu que mais de um terço dos indivíduos com infecções sanguíneas por bactérias gram-negativas morreram em um ano.

A fabimicina supera as barreiras ao passar pela camada externa da célula, e ainda consegue evitar a eliminação de muitas bactérias saudáveis, um grave problema com os tratamentos atuais. Nos testes, a molécula teve efeito em mais de 300 tipos de bactérias resistentes.

Nos camundongos, a molécula mostrou reduzir os níveis de bactérias nocivas ou infecções do trato urinário. “Dada a atividade promissora da fabimicina em modelos de infecção de camundongos e dados encorajadores de que a fabimicina é estável no plasma de ratos e humanos, é razoável acreditar que a eficácia da fabimicina pode melhorar à medida que é usada para tratar infecções em organismos superiores”, concluem os pesquisadores.

Ainda há muito trabalho a fazer antes que a molécula fabimicina possa ser incorporada a uma droga que é realmente usada contra as bactérias, mas os sinais são esperançosos para a comunidade científica. Agora a ideia é se concentrar nos testes em humanos.

Sobrevivência

Que as bactérias são capazes de sobreviver e prosperar nos mais diferentes ambientes já não é novidade. Mas agora, segundo um novo estudo, descobrimos que muitas delas podem sobreviver sem alimento por mais de 1.000 dias. Para chegar nesse resultado, pesquisadores acompanharam durante este período 100 tipos diferentes de bactérias, analisando seu crescimento e sobrevivência, verificando por quanto tempo elas conseguiriam seguir em vida nas condições mais precárias.

No início do experimento, muitas das bactérias acabaram morrendo, com as restantes se alimentando de suas células mortas. Na sequência, a taxa de morte das bactérias foi reduzida conforme elas se adaptavam às condições de pouca energia, mostrando estratégias bem inusitadas de sobrevivência. Portanto, o estudo concluiu que muitas espécies de bactérias conseguem sobreviver nas condições adversas mais inesperadas possíveis – algumas delas com a capacidade de sobreviver, inclusive, por cerca de 100 mil anos!

Os pesquisadores explicam que as bactérias famintas retardavam seus processos biológicos, precisando cada vez mais de menos energia para sobreviver. Algumas das bactérias chegaram a se tornar esporos, uma forma de vida praticamente inerte que requer um consumo extremamente baixo de energia. As que não aguentaram a fome, acabaram se alimentando de outras bactérias, sendo este o maior fator de longevidade percebido.

“Embora as bactérias tenham a capacidade de se reproduzir em escalas de tempo de minutos a horas, prevemos que as populações podem persistir por centenas a milhares de anos”, diz o estudo. Ainda que o experimento tenha feito a previsão com base em um estudo de apenas 1.000 dias, já existem evidências da longevidade das bactérias, que já foram encontradas intactas, em ambientes como permafrost ou de sal cristalizado, com idades variando entre 120 mil a mais de 200 milhões de anos.

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