Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home em foco Telescópio James Webb, da Nasa, assume forma final no espaço

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A Nasa, agência espacial norte-americana, anunciou, neste sábado (8), que o telescópio James Webb, lançado ao espaço no dia 25 de dezembro, assumiu sua forma final, com a implantação dos espelhos.

A previsão é de que o James Webb chegue ao seu destino final, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, daqui a duas semanas. Astrônomos esperam olhar para trás no tempo até 100 milhões de anos após o Big Bang.

O telescópio ainda será alinhado e calibrado. Só daqui a 5 meses a agência deverá receber as primeiras imagens imagens dele, segundo anunciou na rede social Twitter.

Na publicação, é possível ouvir um áudio anunciando a implantação dos espelhos do telescópio, e, ao lado, imagens dos cientistas da Nasa comemorando.

O James Webb é tão grande que teve que ser dobrado para caber no foguete que o lançou. A operação mais arriscada ocorreu no início desta semana, quando o protetor contra a radiação solar, do tamanho de uma quadra de tênis, se abriu, fornecendo sombra abaixo de zero para o espelho e os detectores infravermelhos.

Controladores de voo em Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, começaram então a abrir o espelho primário na sexta (7), desdobrando o lado esquerdo como uma mesa suspensa.

O espelho primário é feito de berílio, um metal leve, porém robusto e resistente ao frio. Cada um de seus 18 segmentos é revestido com uma camada ultrafina de ouro, altamente reflexiva da luz infravermelha.

Os segmentos hexagonais do espelho, do tamanho de uma mesa de centro, devem ser ajustados nas próximas semanas, “para que possam se concentrar em estrelas, galáxias e mundos alienígenas que podem conter sinais atmosféricos de vida”.

O que é?

O James Webb é o novo telescópio espacial da Nasa (JWST, na sigla em inglês: James Webb Space Telescope). Ele é, basicamente, um grande observatório espacial que consegue enxergar objetos – como estrelas, galáxias e exoplanetas – super distantes no espaço.

Sua massa é de 6,5 toneladas. Ele custou US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56,4 bilhões).

Ele vai permitir aos astrônomos avistar coisas no Universo que eles não conseguiam ver antes – como as primeiras galáxias que surgiram nele.

Isso é possível por dois motivos: o primeiro é que o James Webb é muito grande: seu espelho primário tem 6,5 m de diâmetro (quase 3 vezes maior que o do telescópio Hubble, seu antecessor). O segundo é que ele consegue enxergar em infravermelho. O Hubble só enxergava uma faixa limitada desse comprimento de onda.

Como a luz infravermelha tem um comprimento de onda mais longo que os outros, o James Webb vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo. É como olhar para o passado.

“Quanto mais longe [está a galáxia], mais no passado. É um efeito meio maluco de relatividade, mas você pode pensar assim: quando a gente está vendo uma coisa muito distante, está vendo uma coisa que aconteceu há muito tempo atrás – há bilhões de anos – e simplesmente levou muito tempo para a luz chegar até aqui”, explica o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai “alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo”.

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