Quinta-feira, 02 de Maio de 2024

Home em foco Lula corta publicidade do governo no X, ex-Twitter; alegação é de que rede veicula desinformação

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Por prazo indeterminado, o governo Lula suspendeu novos contratos de publicidade na plataforma X, o antigo Twitter. A decisão ocorre após o empresário Elon Musk, dono da rede social, ter feito críticas ao presidente e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A suspensão tem como base norma da Secretaria de Comunicação Social que restringe veiculação de anúncios estatais em canais que a juízo do governo promovem desinformação. A medida valerá até que o Palácio do Planalto decida sobre um possível embargo permanente à plataforma de Musk.

Entre janeiro de 2023 e abril de 2024, o governo Lula destinou R$ 654 mil ao X para impulsionar “publicações de utilidade pública” e “ações de comunicação institucional”. Os gastos foram registrados por seis ministérios e pela Presidência.

As pastas firmaram 95 contratos, de acordo com dados disponíveis no Portal da Transparência. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência foi a recordista de repasses. Foram mais de R$ 263 mil à plataforma por meio de 37 contratos desde janeiro de 2023.

O Ministério da Saúde ocupa o segundo lugar do ranking, com a destinação de mais de R$ 185 mil ao X via 35 contratos. A pasta está pressionada pela alta dos casos de dengue no início deste ano. Porém, apenas quatro ações de impulsionamento foram fechadas com a rede social entre os meses de fevereiro e março deste ano, ao custo de R$ 21 mil.

As outras pastas que usaram o X foram Comunicações (R$ 74 mil, quatro contratos), Desenvolvimento Social (R$ 67 mil, oito contratos), Educação (R$ 30 mil, sete contatos), Transportes (R$ 19 mil, três contratos) e Integração (R$ 13 mil, dois contratos).

Campanhas

A pasta dos Transportes informou que os recursos para o X foram destinados ao impulsionamento de ações de utilidade pública: as campanhas “Rodovida” e da Semana Nacional de Trânsito. “As redes sociais oferecem uma ampla variedade de opções de segmentação, permitindo alcançar diretamente o público-alvo das campanhas com base em características demográficas, interesses, comportamentos online e muito mais. Isso aumenta a eficácia da publicidade”, disse o ministério em nota.

O Desenvolvimento Social, por sua vez, usou a verba destinada à rede para divulgar o Bolsa Família, o Cadastro Único e o Sistema Único de Assistência Social, a fim de “alcançar a população em geral com informações cruciais para conhecimento das políticas públicas e sobre os programas e serviços do ministério”.

Já o Ministério da Integração fez pagamentos à rede de Musk para veicular campanhas da Defesa Civil. O objetivo foi “atingir o máximo de pessoas possível”. “As veiculações no Twitter fazem parte de um plano de mídia mais abrangente que envolveu televisão aberta, rádio, mídia exterior, redes sociais, mobile e redes de conteúdo”, informou.

Alguns dos pagamentos feitos pelos ministérios de Lula em 2023 foram para quitar ações contratadas pelo governo Jair Bolsonaro, no ano anterior. Os gastos do Ministério das Comunicações em 2023, por exemplo, foram todos contratados pela gestão passada.

“Os recursos para os pagamentos foram reservados e realizados com o orçamento daquele ano. Na época, a Secretaria Especial de Comunicação Social fazia parte do Ministério das Comunicações”, disse a pasta à reportagem. Os ministérios da Saúde e da Educação e a Secom não responderam.

Embate

Em mais um capítulo do embate com a Justiça brasileira, Musk compartilhou nessa sexta (12) uma publicação no X dizendo que “o processo de apelação (à Justiça brasileira) é uma farsa”. A manifestação do bilionário afirma que “o X Brasil entrou com muitos recursos” no Poder Judiciário e que alguns deles “estão pendentes há mais de um ano”. Ainda segundo o empresário, “42 casos” não foram respondidos e outros “três pedidos de esclarecimento” da plataforma ainda aguardam resposta.

Desde o último sábado, Musk questiona os pedidos de suspensão de perfis de investigados por disseminação de fake news decretados pelo ministro. Moraes, por sua vez, disse, em sessão do STF, que “liberdade de expressão não é liberdade de agressão”.

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