Sexta-feira, 20 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de agosto de 2023
A projeção de que a produção do pré-sal deve atingir o seu pico até o fim da década abre uma discussão importante sobre novas fronteiras de exploração. O debate mais recente tem relação com a Margem Equatorial, que fica entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, e é formada por cinco bacias – Foz do Amazonas, Potiguar, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará.
“A busca por novas fronteiras exploratórias está relacionada em dar continuidade a esse crescimento da produção do pré-sal”, afirma João Victor Marques, pesquisador da FGV Energia.
A exploração da Margem Equatorial se transformou em uma queda de braço dentro do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedido da Petrobras de exploração de petróleo próximo à Foz do Amazonas. O tema opôs a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao colega de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
No início deste mês, Lula disse que a decisão do Ibama não é definitiva e que uma solução deve ser tomada em breve. Na declaração da Cúpula da Amazônia, assinada pelos oito países que abrigam a floresta em seu território, não houve menção de eliminar planos de explorar petróleo na região.
“Adotando a premissa de que o mundo continuará precisando do petróleo por algumas décadas, será preciso entregar um petróleo de menor intensidade de carbono, e o Brasil tem condição de fazer isso”, diz o pesquisador da FGV Energia.
A expectativa em relação à Margem Equatorial abrange reservas que podem variar entre 10 bilhões e 30 bilhões de barris de óleo, o que significaria reservas entre US$ 770 bilhões e US$ 2,3 trilhões, segundo estimativas da Petrobras, que ainda tem planos para iniciar a exploração em 2030.
PAC
A Petrobras tem 47 projetos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado na sexta-feira no Rio. A maior parte está relacionada à exploração e produção de petróleo e gás. No entanto, a lista também inclui aumento da capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e iniciativas para melhorar o escoamento do gás produzido na Bacia de Santos.
Ainda conforme o plano apresentado na sexta-feira, 90% dos investimentos previstos serão voltados ao desenvolvimento de 19 novos sistemas de produção de petróleo e gás natural, com a maior parte dos projetos nas bacias de Campos (RJ) e Santos (SP), e outros dois voltados para o Sergipe.
Em relação às novas fronteiras exploratórias em desenvolvimento, estão incluídos no PAC nove poços exploratórios na Margem Equatorial.
O pacote de projetos propostos da Petrobras no PAC também inclui iniciativas de escoamento da produção e aumento da disponibilidade de gás, com destaque para os projetos do Programa Integrado Rota 3 (total de 4), que irá permitir o escoamento do gás do pré-sal da Bacia de Santos, e o gasoduto de SEAP I e II, incluídos no projeto de SEAP I, para oferta do gás em Sergipe.
No refino, a Petrobras incluiu projetos para aumentar a capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima para 260 mil barris por dia, assim como projetos nas refinarias de Paulínia e Henrique Lage, ambas em São Paulo, para a produção do diesel S-10, de melhor qualidade, além de projetos de logística para o escoamento dos produtos.
No Ar: Pampa Na Tarde